SACO-ISCA - é o saco de trama vazada, como os usados para transporte de produtos da horticultura, cheio com substrato e depois colocados sobre canteiros já humificados para atrair minhocas à procura de mais alimento e meio mais úmido. O artifício, embora sem a máxima eficiência, reúne parte dos animais famintos concentrados na superfície do canteiro e ameniza a separação do húmus e colheita das minhocas durante o peneiramento.
SANGUESSUGA - são vermes aquáticos ou terrestres de hábitos predatórios, parasitários ou necrófagos, segmentados, sem cerdas, de formato oval, providos de ventosas para fixação e locomoção. Os "primos" predadores de minhocas se fixam nelas com a ventosa e sugam-lhes o sangue pela boca. Mesmo parecidos com elas, diferem-se por terem a cor alaranjada, poderem ser distendidos sem se romperem facilmente, terem o sangue bastante avermelhado e quando manuseados, se enrolarem em forma de oito.
SAPRÓFAGO - é o ser vivo que se nutre de restos orgânicos em putrefação. As minhocas, a exemplo das espécies comerciais vermelha-da-califórnia (Eisenia andrei) e gigante-africana (Eudrilus eugeniae), podem ser consideradas como indivíduos saprófagos por se alimentarem de detritos provenientes da decomposição de restos vegetais e animais.
SECAGEM - é um dos processos de remoção de água do corpo da minhoca para fabricação da farinha, antecedida pelo esgotamento do canal digestivo e expulsão do líquido celomático. Utilizando-se de secadores elétricos ou a gás que conciliam aquecimento com ventilação forçada, a secagem obtém um produto utilizado principalmente no arraçoamento animal, fragmentado, em flocos ou em pó, com umidade inferior a oito por cento.
SEGMENTAÇÃO - é a organização de todo o corpo da minhoca composta por muitos segmentos ou metâmeros, essencialmente semelhantes entre si e em forma de anel. A segmentação geralmente se mostra conspicuamente em aspectos externos e internos, incluindo músculos, nervos e órgãos circulatórios.
SELADO - é o tipo de clitelo – o espessamento de uma região no terço anterior do corpo da minhoca, evidente em indivíduos sexualmente maduros, importante na cópula, formação de casulos e nutrições de embriões – que tem o formato de uma sela, faltando na parte ventral. A minhoca rosa-mansa (Pontoscolex corethrurus), espécie endogéica de grande potencial de dispersão, tem clitelo selado, por exemplo.
SEPTOS – são divisórias existentes ao longo de todo o celoma da minhoca que se fixam da parede do corpo ao tubo digestivo, formando pequenos compartimentos que se comunicam entre si por pequenos poros. Cada uma destas divisões internas que reparte a cavidade celomática, formada entre dois septos, corresponde a um segmento externo, limitado por dois sulcos intersegmentares.
SEPTO INTERSEGMENTAR - é a parede membranosa primariamente plana e vertical que une internamente a parede do corpo da minhoca ao tubo digestivo separando os segmentos sucessivos. Os septos intersegmentares, que geralmente se localizam em posição correspondente à segmentação externa, não existem na porção anterior da maioria das espécies do anelídeo.
SERRAPILHEIRA – é o extrato superficial do solo de matas constituído principalmente por partes vegetais caídas, como folhas, frutos e galhos, em decomposição, associadas à dejeções animais e pequenas porções de terra. Do solo, esta é a camada preferencialmente habitada pelas minhocas epigéicas, exemplificadas pelas espécies adotadas na minhocultura, que têm exigência por substratos abundantes em matéria orgânica, e temporariamente pelas anécicas, que a ela recorrem somente para se alimentar.
SERRAGEM – é o nome que se dá às partículas que são produzidas, geralmente em serrarias e marcenarias, com a serração, aparelhamento, perfuração e aplanação da madeira. A serragem pode compor a matéria-prima de uma minhocultura, especialmente se provier de madeiras tenras e se tiver sido antes usada para forrar pisos de instalações de animais quando se mistura as suas dejeções.
SIGMÓIDES – são um tipo de cerdas — pêlos inseridos em quatro ou mais pares em quase todos os segmentos do corpo da minhoca com a função primária de locomoção e, às vezes, associados à reprodução — lisas ou ornamentadas, unicúspides, bicúspides, pectíneas ou palmadas. Essas cerdas, que têm forma de sigma, são dispostas no ventre ou no ventre e no dorso, raramente faltam e são encontradas em pequenas espécies aquáticas de minhocas da famíliaTubificidae.
SOMITOS - são os anéis, também chamados de metâmeros, que correspondem às unidades iguais repetidas linearmente ao longo de todo corpo da minhoca. Os somitos, que essencialmente apresentam funções vitais homólogas, variam em número, formato e pigmentação conforme a espécie: um exemplar idoso de gigante-africana (Eudrilus eugeniae), por exemplo, tem cerca de 280 anéis achatados ventralmente pigmentados em vermelho amarronzado.
SORBITOL – é a designação genérica aos produtos obtidos pela redução a álcool do grupo cetona, ou aldeído, de uma cetose, ou aldose, respectivamente. Atribui-se ao sorbitol, que são pequenas moléculas orgânicas produzidas para contrabalançar estresses ambientais, à resistência de até noventa e cinco por cento de desidratação porque pode passar casulos de minhocas da espécie Octoedra dendrobaena, por exemplo.
SPARGANOPHILUS – é o único gênero na família Sparganophilidae composto por espécies de minhocas longas e delgadas, caracterizadas por apresentarem um intestino simples, sem moela e sem tiflosole e poros masculinos muito atrás dos poros femininos. Nativas da América do Norte, as espécies de Sparganophilus são limícolas e podem ser encontradas ao lado de rios, em substratos encharcados, pouco oxigenados e ricos em matéria orgânica.
SUBSTRATO - é o meio rico em matéria orgânica onde vivem as minhocas e do que se alimentam, geralmente composto por restos vegetais, dejetos animais, resíduos industriais e urbanos. A matéria-prima usada na minhocultura, depois de submetida a um tratamento prévio que a torna assimilável pelas minhocas, passa a ser chamada de substrato.
SUICÍDIO COLETIVO – é a denominação vulgar que impropriamente se dá à morte conjunta de minhocas aglomeradas em determinados pontos recuados do criatório. Repelidas por alguma adversidade no minhocário e se sentindo na necessidade de permanecerem envoltas por algo, as minhocas se enovelam fazendo delas mesmas um novo substrato: sem alimento, propensas à desidratação e asfixia, a morte breve de todo o grupo é certa.
SULCO INTERSEGMENTAR - é o sulco anelar que se forma sucessivamente entre todos os segmentos que compõem o corpo da minhoca. Particularmente na espécie vermelha-da-califórnia (Eisenia andrei), os sulcos intersegmentares, principalmente os da extremidade final, são facilmente visualizáveis por se apresentarem menos pigmentados que os segmentos que delimitam.
Afrânio Augusto Guimarães - zootecnista / MINHOBOX