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TÉCNICA MINHOBOX | Minhobox

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Minhobox | Boletim da Minhoca
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TÉCNICA MINHOBOX
   

Vinte e oito anos depois de ter sido inventada, a tecnologia de minhocultura vertical em caixas recebeu novos ajustes e aprimoramentos que conferem mais praticidade ao manejo e, sobretudo, promovem melhores possibilidades de atuação das minhocas, aumentando a produtividade da criação.

As modificações, entretanto, foram criteriosamente respaldadas em princípios ecológicos e biológicos das espécies exploradas na minhocultura que fazem parte do grupo de minhocas epigéicas. Na natureza, elas habitam o estrato superficial do solo, constituído por fezes animais e restos vegetais em decomposição. Se comparada com as camadas mais profundas do solo e que contêm terra, esta faixa apresenta disponibilidade mais elevada de matéria orgânica e maior oxigenação.

 

A condição deste ambiente mais poroso e aerado foi devidamente considerada ao se desenvolver o recipiente da nova técnica Minhobox Air para atender a exigência impreterível por oxigenação das minhocas epigéicas: além de diminuir a altura do recipiente, criou-se uma coluna central perfurada que propicia o arejamento do miolo do substrato. A entrada de ar novo na caixa e a saída de gases gerados pelas minhocas são possibilitadas através de um respiradouro poroso fixado no centro da tampa.

O fundo da nova caixa também foi aperfeiçoado para incrementar a transferência das minhocas. Os recortes largos no fundo aumentam a superfície de contato entre o húmus da caixa consumida e o novo substrato da caixa receptora, enquanto estiverem conectadas, melhorando a eficiência de descida das minhocas.

O desenho piramidal da nova caixa também é favorável à prática da etapa de passagem das minhocas: ao se remover o fundo vazado, o conteúdo dela estruturado pela humificação fica retido no interior, sem cair, mesmo sem a existência de grade ou tela.

 

 

A caixa do novo Minhobox Air ganhou alças sobrepostas que possibilitam suspender e carregar a caixa, com e sem fundo. Para transportar a caixa até o empilhamento, o minhocultor a pega pelas alças inferiores, as brancas do fundo. Para levar a caixa humificada até a caixa receptora, para fazer a passagem das minhocas, o minhocultor a pega pelas alças superiores moldadas na própria caixa, desprendendo-a do fundo.

As bordas da nova caixa Minhobox Air foram projetadas também para se garantir a eficácia da passagem das minhocas. A caixa humificada sem fundo se acomoda somente nas margens da caixa receptora de tal forma que os conteúdos de ambas as caixas ficam plenamente aderidos, sem que o húmus de cima provoque a compactação do novo substrato de baixo.

A técnica de fabricação da nova caixa passou a ser a rotomoldagem, um processo industrial de transformação de termoplásticos que confere muito mais resistência às peças produzidas. Esta condição deu força a nova caixa Minhobox Air lhe permitindo que seja empilhada em níveis mais altos, como são montados os módulos industriais, sem o uso de estante. A resistência também se constata em mais duas situações: a nova caixa comporta o substrato sem deformações e possibilita que seja deslocada sem avarias nas diversas etapas de manejo rotineiro do minhocário.

 

 

Unidades de produção A biomassa das colônias, a escolha da espécie, o ciclo e a setorização do criatório são definidos conforme a prioridade que se queira dar à produção: um Minhobox Air de produção industrial pode se compor de uma ou mais UPH (Unidade de Produção de Húmus) ou de uma ou mais UPM (Unidade de Produção de Minhocas).

 

UPH (Unidade de Produção de Húmus)

Biomassa | Espécie

Na UPH do Minhobox Air adota-se uma biomassa mais elevada, isto é, a relação é alta entre o peso de minhocas e o volume da caixa para proporcionar a humificação completa. Esta densidade populacional elevada assegura que todo o substrato seja consumido e transpassado pelo tubo digestivo das minhocas, o transformando no mais puro e legítimo húmus.

Para povoar uma UPH, qualquer uma das espécies epigéicas pode ser adotada. Embora a Minhobox mantenha doze espécies epigéicas distintas em produção, cada colônia humificadora da UPH (Unidade de Produção de Húmus) é fornecida com mil e quinhentas minhocas vermelha-da-califórnia (Eisenia andrei).

Ciclo | Setorização

O ciclo de uma UPH (Unidade de Produção de Húmus) se divide nas etapas de “consumo”, que, durante vinte e cinco dias, uma colônia humificadora consome e transforma o substrato todo em húmus, e na etapa de “passagem”, que, durante cinco dias, as minhocas migram de uma caixa consumida para outra conectada por baixo, abastecida de um novo substrato.

Numa UPH (Unidade de Produção de Húmus), há cinco caixas alojando somente colônias humificadoras com prazos intervalados de humificação e uma caixa fica vazia à espera de uma passagem. A biomassa alta não favorece a reprodução e o manejo não a possibilita: as colônias humificadoras, por conseguinte, possuem populações quantitativamente inalteráveis durante todos os seus seis anos estimados de vida.

 

 

UPM (Unidade de Produção - Minhocas)

Biomassa | Espécie

Na UPM (Unidade de Produção Minhocas) do Minhobox Air, a biomassa, isto é, a relação entre o peso de minhocas e o volume da caixa, é definida conforme a minhoca adotada para povoá-lo, considerando que cada espécie possui uma biomassa diferente para o incremento reprodutivo.

Para se maximizar a eficiência reprodutiva da UPM (Unidade de Produção de Minhocas), cada colônia reprodutora de vermelha-da-califórnia (Eisenia andrei), de gigante-africana (Eudrilus eugeniae) e de violeta-do-himalaia (Perionyx excavatus) contém, 750, 130, e 150 minhocas, respectivamente.

Ciclo | Setorização

O ciclo de uma UPM (Unidade de Produção Minhocas) é formado pela etapa de reprodução, em que, durante vinte e cinco dias, a colônia reprodutora se acasala, deposita casulos e consome parcialmente o substrato, e na etapa de passagem, em que, durante cinco dias, as minhocas migram para uma caixa suprida com substrato novo.

Há ainda a etapa de incubação em que os casulos ficam mantidos durante vinte e dois dias numa caixa, quando se completa um prazo suficiente para eclodir todos os filhotes.

Por fim, há a etapa de transferência em que os filhotes recém-eclodidos migram da caixa de incubação para as caixas de desenvolvimento, onde se mantêm até a colheita quando atingem o estágio adulto.

Numa UPM (Unidade de Produção de Minhocas), há uma caixa alojando a colônia reprodutora, uma caixa reservada para a incubação dos casulos e quatro caixas restantes que alojam filhotes em estágios distintos de desenvolvimento.

 

 

 

          O Minhobox é o sistema de minhocultura vertical em caixas plásticas criteriosamente desenvolvido em conformidade com as exigências biológicas das espécies de minhocas que possuam potencial de exploração comercial.

       Basicamente, um minhocário em caixas, embora tenha custo de implantação mais elevado, se diferencia de um minhocário em colchões pela possibilidade de aproveitamento melhor do espaço, já que as caixas podem ser dispostas verticalmente em estantes.

           O Minhobox, indicado aos projetos menos vultosos e que tenham limitação de espaço para abrigá-los, se apropria a duas versões de produção mensal: só húmus ou minhocas e húmus.

       Comparado ao sistema tradicional de minhocultura em canteiros e em recipientes improvisados, a técnica desenvolvida pela equipe de zootecnistas da Minhobox apresenta numerosas vantagens:

 

Eliminação do peneiramento

Resolveu-se a maior dificuldade da minhocultura tradicional por dispensar o peneiramento para separar as minhocas do húmus que produzem. Com a passagem entre caixas, as minhocas se separam naturalmente do húmus e ficam livres do peneiramento e do manejo convencional com ferramentas cortantes: as minhocas descem para a caixa inferior e deixam o húmus puro na de cima.

 

Maior aproveitamento do espaço

    Podendo verticalizar o minhocário em baterias de até cinco níveis, ocupa-se menos espaço do que precisa a minhocultura tradicional: numa mesma área onde se produzem em canteiros 15 ton de húmus por período, as caixas garantem a produção de 45 ton mensais do adubo em pequenos cômodos, garagens, casas desocupadas, armazéns e galpões de criação animal desativados.

  

Proteção contra predadores

   Cobertas individualmente por uma capa, as caixas são também isoladas por funis antipredadores munidos de uma graxa bloqueadora na base das estantes, conferindo total proteção contra seus inimigos naturais. Em sistemas tradicionais, a vulnerabilidade aos predadores não se decresce por valas de água ao redor dos canteiros, por exemplo, ou por outros artifícios sem eficácia comumente usados. 

  

  Controle zootécnico efetivo 

  Através de uma plaqueta-calendário, o minhocultor dispõe de um meio simples e prático para controlar as tarefas de rotina do criatório: pinos com a cor de cada uma das caixas são introduzidos no orifício do dia certo do mês para indicar quando realizar a passagem das minhocas, fazer a colheita do húmus, iniciar a incubação dos casulos, alimentar filhotes e colher minhocas.

   

 

Mobilidade do minhocário

  O minhocultor pode usufruir de uma empilhadeira manual que conduz as caixas dentro do minhocário e as leva ao local de beneficiamento e embalagem. Com a propriedade de as caixas serem transportáveis, o minhocário pode ser perfeitamente transferido de instalação sem interromper a produção, vantagem que não se repete com os canteiros construídos no chão.

    

 Dispensa das reidratações 

     Abrigando o minhocário em local coberto, valendo-se da eficiência da capa em impedir a desidratação e associando o ajuste da umidade do substrato no dia do preenchimento da caixa com a densidade populacional de minhocas, as regas se tornam desnecessárias. As reidratações da técnica de canteiros, além deslocar minhocas para sentidos indesejados, diminuem a porosidade do substrato e acrescem os custos de produção. 

 

Aproveitamento maior da matéria-prima

     Adotando a densidade correta de minhocas e lhes oferecendo condições favoráveis para atuação, a transformação do substrato em húmus se torna mais completa nas caixas. A humificação no sistema convencional de minhocultura, por se processar com maior lentidão, diminui a qualidade do substrato e provoca um decréscimo no consumo, ocasionando desperdícios da matéria-prima.

    

Proteção do húmus contra pragas 

    O risco de infestação do húmus por ervas daninhas nos canteiros através de sementes deixadas por fezes de pássaros, espalhadas pelo vento ou liberadas pelas palhadas usadas para cobrir os canteiros, foi contornado. A transformação do substrato em húmus ocorre no ambiente isolado de cada caixa, impedindo as pragas que poderiam se disseminar nas culturas adubadas com o excremento das minhocas. 

 

Superprodução de minhocas

   Em UPMs, as caixas com reprodutoras são povoadas segundo a biomassa de minhocas definida por espécie que maximiza a eficiência reprodutiva. Os casulos são levados separados para caixas de incubação de onde se obtém a máxima produção de filhotes. Os sistemas tradicionais, desperdiçam casulos e minhocas recém-nascidas que vazam com o húmus durante o peneiramento.

    

Beneficiamento facilitado do húmus

    Para beneficiar o húmus obtido pelo Minhobox, o peneiramento do conteúdo das caixas se torna simplificado: já sem as minhocas, o húmus pode ser desidratado sob o sol ou em secadores até ganhar a umidade que não provoca o congestionamento das malhas. A prática adotada pelo sistema de canteiros se torna dificultoso por nem sempre estar em umidade de peneirá-lo e não ter como desidratá-lo por conter minhocas. 

 

 Praticidade na criação

     Em face da simplicidade das tarefas de rotina, em que se excluem as operações do sistema tradicional de minhocultura, como o peneiramento, a catação, as regas e o combate aos predadores, o Minhobox reduz consideravelmente os serviços. A mão-de-obra se restringe ao tratamento da matéria-prima e ao manejo do criatório, colhendo húmus, minhocas e sobrepondo caixas.  

 

Higienização

   A técnica Minhobox permite que as caixas sejam higienizadas periodicamente através de lavagens simples com solução de sabão lhes promovendo assepsia, se porventura as práticas sanitárias assim exigirem, e asseio. A criação em caixas, que não exala mau cheiro e nem atrai insetos, pode ser instalada até mesmo próxima de estabelecimentos domésticos. 

 

 

Obtenção de dieta viva

   Pelo fato de a técnica Minhobox poder paralisar o desenvolvimento de minhocas jovens das caixas de multiplicação no comprimento em que se permite a ingestão por animais de pequeno porte, gera-se um novo produto da minhocultura: o alimento vivo para anfíbios, peixes, pássaros, répteis e outros no tamanho que lhes seja apropriado.

   

 

 Utilização de espécies incomuns 

    A forma de produção do sistema Minhobox, que preserva as minhocas do manejo agressivo do sistema tradicional, admite a criação de outras espécies de minhocas menos tolerantes ao uso da peneira para separação do húmus e pequenas que vazariam com o adubo pela malha: a aninha-verde (Dichogaster annae) e a puladeira-havaiana (Amynthas gracilis) são dois bons exemplos. 

 

 

Rentabilidade mais elevada

  Economizando em mão-de-obra com a praticidade da produção, aproveitando melhor a matéria-prima e obtendo produtos diversificados e mais qualificados, a rentabilidade que se alcança com o sistema de minhocultura em caixas supera a margem de lucro alcançada pela criação onerosa de minhocas em canteiros.

 

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