O acasalamento de alguns animais mais evoluídos se vale de braços e pernas para se grudarem. Sem os membros, as antigas minhocas utilizam de recursos bem diversificados para se manterem unidas durante a cópula por algumas horas: há espécies que secretam um invólucro na região de junção de seus órgãos genitais, outras se unem nesta região por pêlos especializados e até existem minhocas que se valem de asas para se agarrarem durante o sexo.
O minhocuçu-mineiro, típico do Vale do Paraopeba, em Minas Gerais, quando sexualmente maduro, apresenta nos meses chuvosos expressões de sua capacidade reprodutiva através de traves pubertais, um tipo de expansões aliformes, situadas próximas de sua cabeça. São asas ejetadas pelos indivíduos durante o acasalamento para se abraçarem e os manterem ajuntados durante a troca de sêmen.
O “sobrenome científico” deste minhocuçu, Rhinodrilus alatus, inclusive, se justifica por estas asas que surgem justamente quando não se quer que o parceiro voe.
A frase “ter coração e não amar é como ter asas e não voar” não se aplica a estes minhocuçus, que possuem cinco corações, duas asas, não voam e amam todos os anos.